Do G1/PE
Um protesto interditou trechos das duas principais rodovias de Pernambuco hoje, no Grande Recife e na Zona da Mata. De acordo com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape), os bloqueios ocorreram na BR-101, em Palmares, na Zona da Mata, e na BR-232 na altura de Moreno, no Grande Recife, respectivamente.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que foi acionada por volta das 8h para ambos os locais. Em Palmares, a via seguia bloqueada nos dois sentidos por volta das 10h, com cerca de 3 quilômetros de engarrafamento. O trecho foi liberado por volta das 11h20.
Por volta das 9h30, o engarrafamento era de 3 quilômetros na BR-232 sentido interior, segundo a PRF. Foram queimados entulhos e a fumaça escura era vista a distância. Pouco antes das 10h, a BR-232 já havia sido liberada.
Segundo a Fetape, os integrantes dos atos pediram que o governo de Pernambuco regularize terras ocupadas pelos trabalhadores. Até que isso seja feito, as famílias cobraram a implementação de medidas de segurança para evitar ameaças, perseguições e destruição de lavouras.
Também foram feitas reivindicações para que o poder Judiciário cobre dívidas de usinas que funcionavam na região. "Há mais de dez anos que as usinas faliram e estão devendo ao estado e aos trabalhadores. E agora querem expulsar as famílias do sítio em que elas moram, nos engenhos. Já faz mais de dez meses que a gente tenta uma audiência com o governador. Agora os trabalhadores estão mandando o recado", disse a diretora de políticas para o meio ambiente da Fetape, Rosenice Nalva.
Segundo ela, 1,5 mil famílias estão nessa situação. "Essas pessoas moram em várias áreas de cidades como Maraial, Barreiros, Jaqueira e Catende", explicou Rosenice.
Em nota, o governo de Pernambuco apontou que tem acompanhado e buscado uma solução para os conflitos agrários na Mata Sul do estado por meio de uma força-tarefa, criada ainda no início do ano. "Ao longo do ano, a referida força-tarefa realizou uma série de encontros e visitas técnicas às áreas em litígio, além do levantamento e cobrança de débitos fiscais das usinas com o objetivo de promover a regularização fundiária das terras ocupadas e garantir a segurança, moradia, subsistência e mobilidade das famílias residentes nesses locais", apontou o governo estadual.
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